sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A tragédia do estudante sério no Brasil

Não estou entendendo o enunciado.
Tô boiando. Tô bem perdida nesta matéria, sem indicação de bibliografia referenciada para pesquisa. Estou ficando bem burra.
Não entendo como é que certas ideias terríveis surgem na cabeça das pessoas. Por que essas pessoas deixam que tais ideias se instalem no seu pensamento? Aos poucos elas vão se acostumando com o horror de dentro delas, com o prazer sádico, assumem a mediocridade como ambiente de conforto social, passam a ter certeza de que quanto mais maldosas, invasivas e humilhantes forem as suas ideias mais engraçadas elas serão. Percebem que colocar as ideias em prática será uma puta diversão.

Aqui instala-se a barbárie como estilo, quanto maior for o grau de crueldade, de desrespeito das práticas de um grupo, maior é o valor, mais "bárbara" será a pessoa.

Quais são os conceitos de mundo instalados na cabeça de certos indivíduos? Qual a base, o ponto de partida, pra formação do seu caráter, dos seus critérios de certo e de errado, do seu senso de humor, dos seus gostos pessoais? O indivíduo em questão é um adulto, um estudante de curso superior na UNESP. Esse cara teve o privilégio de estudar desde a infância até a conclusão do ensino médio, ele tinha capacidade mental pra absorver o conteúdo, exercitou o seu raciocínio, seu entendimento. Foi capaz de ampliar o seu conhecimento até o nível necessário para ingressar na universidade. Se o cara entrou na UNESP foi porque sabia, tinha um mínimo de conhecimento.
Por isso eu não entendo como 50 caras esclarecidos, cultos e bem educados podem levar adiante uma idéia burra como esta de promover um concurso, onde os participantes devem assediar moralmente as colegas obesas, atacá-las fisicamente, pulando em cima delas para usá-las como um animal de montaria de rodeio. E, ao final do massacre moral, ainda eleger e premiar os "Vencedores" - aqueles participantes da prova que conseguiram se manter por mais tempo, atacando as vítimas.
Eu não entendo esse critério de vencer, eu só consigo ver perdas.
Será que essa é a "geração coca-cola"? Serão eles "o futuro da nação"? Não sei....
Não sei quem é essa gente. Só posso dizer que há uma grande diferença entre a minha geração e a deles: os nossos ídolos não são mais os mesmos.

Abaixo colei um trecho do texto "A tragédia do estudante sério no Brasil"
escrito por Olavo de Carvalho.

"A inteligência, ao contrário do dinheiro ou da saúde, tem esta peculiaridade: quanto mais você a perde, menos dá pela falta dela. O homem inteligente, afeito a estudos pesados, logo acha que emburreceu quando, cansado, nervoso ou mal dormido, sente dificuldade em compreender algo. Aquele que nunca entendeu grande coisa se acha perfeitamente normal quando entende menos ainda, pois esqueceu o pouco que entendia e já não tem como comparar. Uma das coisas que me deliciam, que me levam ao êxtase quando contemplo o Brasil de hoje, é o ar de seriedade com que as pessoas discutem e pretendem sanar os males econômicos, políticos e administrativos do Brasil, sem ligar a mínima para a destruição da cultura, como se a inteligência prática subsistisse incólume ao emburrecimento geral, como se inteligência fosse um adorno a ser acrescentado ao sucesso depois de resolvidos todos os problemas ou como se a inépcia absoluta não fosse de maneira alguma um obstáculo à conquista da felicidade geral. A prova mais evidente da insensibilidade torpe é o sujeito já nem sentir saudade da consciência que teve um dia."

6 comentários:

  1. Além de excelente atriz e comediante, é uma ótima escritora.
    Adorei seus textos e a cada diz sou maiss fã de suas personagens e da sua pessoa!

    Parabéns pelo seu trabalho.

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  2. Sabe Grace, fico imaginando que essa coisa toda, esse pensamento torpe, fará parte de uma geração que infelizmente deixa de ter a generosidade como principal virtude. O que virá depois? Uma era viking? Que bacana! vamos pegar algumas dessas pessoas vitimizadas e queima-las em praça publica!!! Putz quanta degradação. Fica aqui meu descontentamento, meu asco, minha vergonha!

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  3. Quando a gente acha que nada mais é capaz de nos surpreender, aparecem essas notícias cada vez mais absurdas e revoltantes. O que podemos fazer? Discuti-las para ver se nossas palavras abrem as cabeças de algumas pessoas e de repente toquem seus sentimentos humanos...

    É isso aí Grace. Se tiver um tempinho entra no meu blog: http://aartedevivercadadiadeumavez@blogspot.comEspero que goste.
    Beijão.
    Rosa Mattar (vc se lembra de mim? fiz meu trabalho de pós-graduação sobre a Terça Insana).

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  4. se ta bonita mulher, super beijo, thronn

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  5. Aline Michelin arm.michelin@yahoo.com.br15 de novembro de 2010 às 08:47

    Oi Greice, tenho 28 anos, ao ler seu texto, penso que essa geração que não tão longe da minha geração, vai ser a geração dor "TER" e não importa como, não importa que pra isso tenhar passar por cima de alguem ou de qualquer outra forma!Isso porque falta tudo pra esses jovens, músicas decente,programas,leitura afff tudo... a unica coisa que eles se enteressam desde de pequenos é TER, ter o melhor brinquedo, ter a melhor roupa de marca etc etc... joventude mediocre!
    Valeu Greice, te admiro muito.!

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  6. Kátia Ribeiro de Oliveira24 de janeiro de 2011 às 09:20

    O escritor Nilo Oliveira e Mirisola, por estas e outras, já escreveram que seria melhor proibir a leitura e os livros.

    Adoro seu trabalho! bjkas

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