segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
MOTIVOS DO MEU ORGULHO DE SER GAÚCHA 2
CAPÍTULO 2
Mario Quintana e Tequila Baby
"Ah, esses moralistas... Não há nada que empeste mais do que um desinfetante!" M.Q.
T.B. "Sexo, algemas e cinta-liga"
"MOTIVOS DO MEU ORGULHO DE SER GAÚCHA"
CAPÍTULO 1
Caio Fernando Abreu e Wander Wildner
"Se algumas pessoas se afastarem de você, não fique triste, isso é resposta da oração: “livrai-me de todo mal, amém”." Caio F. Abreu
"Mantra das Possibilidades" W Wildner
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
O NOSSO AMOR A GENTE INVENTA.
O NOSSO AMOR A GENTE INVENTA.
O
quê? Você disse: “O nosso amor a
gente inventa”?
Isso é
uma proposta?
Hum, tá, eu topo, vamos inventar. A gente inventa, mas e depois, você
sustenta?
Diz que
sim. Diz que sustenta, vai, por favor. Diz que, dessa vez, você não vai
desistir, que você vai sustentar a nossa invenção até o fim. Pelo amor de
Deus!!!
E
o amor de Deus, será que a gente também inventa? Será, mesmo?
Então, será que é por isso que, às vezes, a gente pensa que ELE nunca
existiu?
Ai, credo! Que perigo pensar uma coisa dessas. Se eu desinventar Deus,
vai ser uma merda. Eu desinvento e depois, sozinha, faço o quê? Vou como? Eu e a bússola? Eu e a brisa?
Não sei, não. Sem Deus, há apenas uma maneira de ir: “'Só se for a dois”.Vamos
de dois? Vamos juntos? Vamos? Você tá louco pra ir? Sério? Oba! Vai ser ótimo.
Só que, antes de irmos, eu preciso que você nos faça um favorzinho.
Você me
ajuda a resolver um problema e a gente já vai. É o seguinte: preciso que você
tente achar alguma coisa na sua caixa de ferramentas, pode ser um alicate, um
pé de cabra, um fórceps, sei lá, pode ser qualquer coisa que seja capaz de me
arrancar de mim... Pode ser, por exemplo, um pedaço de bacon. Você coloca
assim, do meu lado, e tenta. Quem sabe me dá um ataque e, de repente, eu pulo
de mim para o bacon? Bem, isto funciona com o berne, ele sempre pula pro bacon.
Mas você tem que fazer isso rápido. Tem que ser já, antes que seja tarde
demais. Porque, não sei se você sabe, "ver é irreversível”, e eu vi.
Aliás, pensando melhor, esquece. Obrigada, mas não precisa mais me fazer
favor nenhum. Esquece tudo. Quer saber? Eu já vi mesmo.É irreversível. Não é?
Então, foda-se. Agora eu vou olhar mesmo, vou olhar
bem olhado.
Eu
já saí da caverna, sozinha, fugindo da escuridão. Fui, sozinha, pra lugares que
ninguém tinha ido antes, abri picadas na mata virgem pra conhecer o
desconhecido.
Oh,
maldição! Agora é tarde demais.
Eu
deveria ter pedido pro Sócrates: “Me segura, Sócrates, por favor, não me deixa
sair desta caverna. SÓCRATES, ME DEIXA SER BURRA!”, mas o Sócrates nem estava
lá, eu nem conhecia o Sócrates nessa época..
Agora eu
não posso voltar pra caverna, não há como voltar. Foram muitos arranhões, tem
muitas cicatrizes na minha pele, eu estou diferente. O povo da caverna, no meio
daquela escuridão, me estranharia. Eles iriam me hostilizar e, certamente, eu
morreria linchada. E, eu me nego a morrer pelas mãos de gente medíocre. Coitados..Eles não tem culpa da mediocridade..Nem culpa, nem consciência... Mas, Deus me livre!!!!
Eu prefiro me matar sozinha.
..
domingo, 23 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
64 ANOS DE CAIO FERNANDO ABREU!!!! LISTA DE PRESENTES
64 ANOS DE CAIO FERNANDO ABREU!!!!
LISTA DE PRESENTES que recebemos de Caio Fernando Abreu
1- suas idéias
2- suas atitudes
3-sua obra
Vídeo da série Escritores Gaúchos (RBS), contém imagens e trechos de entrevistas concedidas por Caio Fernando Abreu
Assistir à este vídeo é um alívio, é uma espécie "ilha da fantasia" pra todos aqueles que estão se saco cheio de assistir ao mundo de hoje, nestes tempos tão "limpinhos", tão ego-eco "conscientes", onde os avanços sociais conquistos pela gerações passadas começam a ser sufocados pela nova decoração da sociedade contemporânea, tudo está modernérrimo: o novo estilo da moda é o " politicamente correto".
Eu, duas por três, tenho vontade de dar um toque pra algumas pessoas: "Querido, já está bom, foi mais que suficiente, pode para com a hipocrisia....Relaxa, amor, não tá rolando..deixa de tentar ser careta, pois você só está conseguindo ser ridículo.....". Tenho vontade de dar um toque, mas não dou...Por respeito à essas pessoas, opto por me calar, da mesma forma que o Caio fez com a Rachel de Queiroz....
https://www.youtube.com/watch?v=7bzbRKaSmSQ&feature=player_embedded
LISTA DE PRESENTES que recebemos de Caio Fernando Abreu
1- suas idéias
2- suas atitudes
3-sua obra
Vídeo da série Escritores Gaúchos (RBS), contém imagens e trechos de entrevistas concedidas por Caio Fernando Abreu
Assistir à este vídeo é um alívio, é uma espécie "ilha da fantasia" pra todos aqueles que estão se saco cheio de assistir ao mundo de hoje, nestes tempos tão "limpinhos", tão ego-eco "conscientes", onde os avanços sociais conquistos pela gerações passadas começam a ser sufocados pela nova decoração da sociedade contemporânea, tudo está modernérrimo: o novo estilo da moda é o " politicamente correto".
Eu, duas por três, tenho vontade de dar um toque pra algumas pessoas: "Querido, já está bom, foi mais que suficiente, pode para com a hipocrisia....Relaxa, amor, não tá rolando..deixa de tentar ser careta, pois você só está conseguindo ser ridículo.....". Tenho vontade de dar um toque, mas não dou...Por respeito à essas pessoas, opto por me calar, da mesma forma que o Caio fez com a Rachel de Queiroz....
https://www.youtube.com/watch?v=7bzbRKaSmSQ&feature=player_embedded
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Antonio Prata - Autocontrole
Que época bunda-mole esta nossa! Elegemos como principal virtude justo a mais medíocre
FAZ MAIS ou menos um mês, ouvi uma mulher dizer que nunca iria a uma nutricionista gorda. Semanas depois, um amigo demonstrou preocupação ao descobrir que seu psicanalista fumava. Segundo eles, ao que parece, não pode cuidar da dieta ou da ansiedade alheia quem não controla os próprios impulsos.
Ah, que época bunda-mole a nossa! Elegemos como principal virtude justo a mais medíocre: o autocontrole. Foi-se o tempo em que o herói era aquele capaz de romper as amarras sociais, morais, históricas. De enfrentar o mundo em nome de um ideal ou de dar um piparote nas sentinelas do superego em busca de seu eu profundo.
O Super-Homem atual é o que, avaro com os prazeres, melhor consegue inserir-se nos escaninhos disponíveis do mundo. É um profissional bem-sucedido e com barriga de tanquinho. Seus feitos não serão medidos pelas marcas deixadas na história, mas pelo extrato da conta bancária e pela taxa de colesterol.
Não falo de fora. Sou filho da época, também tento enquadrar-me neste anódino "zeitgeist", de sonhos tão mirrados como as cinturas de nossas divas: sou funcionário esforçado, corro na esteira, acredito nos poderes milagrosos da quinua. Quando ponho a cabeça no travesseiro, contudo, envergonho-me e lamento a grandeza perdida.
Outrora buscávamos a nascente do Nilo, a verdade última das coisas, nos metíamos no mato sem cachorro, em mares nunca dantes navegados, nos entregávamos a amores e substâncias proibidas atrás de paraísos naturais ou artificiais. Agora, aqui estamos nós, usando 30 séculos de conhecimento acumulado para vender mais pasta de dentes, mais jornais, empenhados em descobrir como fazer dez arruelas ao custo de nove e receber uma promoção; aqui estamos nós, reinando sobre a natureza, mas comendo barrinhas de cereais.
Onde foi que nós erramos? Em que beco escuro do século 20 um Mefisto chinfrim sussurrou em nossos ouvidos que alcançaríamos a vida eterna caso abríssemos mão de nossos corações em nome do "sistema cardiovascular"? Que bizarra inversão foi essa que nos fez acreditar que a função das comidas é facilitar o trabalho do sistema digestivo, e não que a função do sistema digestivo é lidar com nossas comidas?
Desculpem por ser chulo, caro leitor, mas eis a ambição de nossa triste humanidade: fazer um cocô durinho.
Veja, acho bom que haja campanhas contra o cigarro. Que o exercício físico venha se tornando um hábito mais e mais comum. A vida é curta e preciosa demais para que a atravessemos com pigarro e sem fôlego. Mas é curta e preciosa demais também para ser gasta nesta liberdade (auto) vigiada, em que o prazer e a poesia são drenados a cada dia pelos ralos da eficiência.
Não creio em nada para além do último suspiro, mas ficção por ficção, sou mais Dionísio, São Francisco e Ogum do que esse culto desvairado pela bicicleta ergométrica, o Excel e a fenilalanina.
Bichos burros! Indo do berço ao túmulo agarrados às certezas mais tacanhas e permitindo-nos o mínimo de prazer, o grande legado de nossa época será belíssimos, saudabilíssimos cadáveres -injustiça, aliás, com as minhocas, que não estão preocupadas com o colesterol nem com suas anelídeas silhuetas.
antonioprata.folha@uol.com.br
@antonioprata
Folha de S.Paulo
20/06/2012
Que época bunda-mole esta nossa! Elegemos como principal virtude justo a mais medíocre
FAZ MAIS ou menos um mês, ouvi uma mulher dizer que nunca iria a uma nutricionista gorda. Semanas depois, um amigo demonstrou preocupação ao descobrir que seu psicanalista fumava. Segundo eles, ao que parece, não pode cuidar da dieta ou da ansiedade alheia quem não controla os próprios impulsos.
Ah, que época bunda-mole a nossa! Elegemos como principal virtude justo a mais medíocre: o autocontrole. Foi-se o tempo em que o herói era aquele capaz de romper as amarras sociais, morais, históricas. De enfrentar o mundo em nome de um ideal ou de dar um piparote nas sentinelas do superego em busca de seu eu profundo.
O Super-Homem atual é o que, avaro com os prazeres, melhor consegue inserir-se nos escaninhos disponíveis do mundo. É um profissional bem-sucedido e com barriga de tanquinho. Seus feitos não serão medidos pelas marcas deixadas na história, mas pelo extrato da conta bancária e pela taxa de colesterol.
Não falo de fora. Sou filho da época, também tento enquadrar-me neste anódino "zeitgeist", de sonhos tão mirrados como as cinturas de nossas divas: sou funcionário esforçado, corro na esteira, acredito nos poderes milagrosos da quinua. Quando ponho a cabeça no travesseiro, contudo, envergonho-me e lamento a grandeza perdida.
Outrora buscávamos a nascente do Nilo, a verdade última das coisas, nos metíamos no mato sem cachorro, em mares nunca dantes navegados, nos entregávamos a amores e substâncias proibidas atrás de paraísos naturais ou artificiais. Agora, aqui estamos nós, usando 30 séculos de conhecimento acumulado para vender mais pasta de dentes, mais jornais, empenhados em descobrir como fazer dez arruelas ao custo de nove e receber uma promoção; aqui estamos nós, reinando sobre a natureza, mas comendo barrinhas de cereais.
Onde foi que nós erramos? Em que beco escuro do século 20 um Mefisto chinfrim sussurrou em nossos ouvidos que alcançaríamos a vida eterna caso abríssemos mão de nossos corações em nome do "sistema cardiovascular"? Que bizarra inversão foi essa que nos fez acreditar que a função das comidas é facilitar o trabalho do sistema digestivo, e não que a função do sistema digestivo é lidar com nossas comidas?
Desculpem por ser chulo, caro leitor, mas eis a ambição de nossa triste humanidade: fazer um cocô durinho.
Veja, acho bom que haja campanhas contra o cigarro. Que o exercício físico venha se tornando um hábito mais e mais comum. A vida é curta e preciosa demais para que a atravessemos com pigarro e sem fôlego. Mas é curta e preciosa demais também para ser gasta nesta liberdade (auto) vigiada, em que o prazer e a poesia são drenados a cada dia pelos ralos da eficiência.
Não creio em nada para além do último suspiro, mas ficção por ficção, sou mais Dionísio, São Francisco e Ogum do que esse culto desvairado pela bicicleta ergométrica, o Excel e a fenilalanina.
Bichos burros! Indo do berço ao túmulo agarrados às certezas mais tacanhas e permitindo-nos o mínimo de prazer, o grande legado de nossa época será belíssimos, saudabilíssimos cadáveres -injustiça, aliás, com as minhocas, que não estão preocupadas com o colesterol nem com suas anelídeas silhuetas.
antonioprata.folha@uol.com.br
@antonioprata
Folha de S.Paulo
20/06/2012
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
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